Eurásia, Europa

A última dança entre Merkel e Putin

Vanessa Capistrano e Danielle Makio

O tabuleiro geopolítico europeu continua a ser desenhado às vésperas da saída de Angela Merkel da Chancelaria alemã, após 16 anos no cargo. Sua visita a Moscou e a Kiev, a partir de amanhã, demonstra que a Alemanha – ao contrário do que muitos acreditam – continua a pensar e a agir realisticamente. Merkel se orienta pelo cálculo racional de meios e fins travestido de uma postura não agressiva e de acomodação, mas nunca de subserviência. Voltada para a defesa dos interesses energéticos europeus e, principalmente, alemães, a chanceler quer garantir a continuidade do diálogo teuto-russo mesmo após sua saída, ainda que essa relação tenha sido marcada por momentos de tensão e de cooperação. Já a Rússia pretende conquistar novas posições na Europa Central e Oriental, aumentando sua zona de influência e ingerência na região.

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